sábado, 9 de agosto de 2025

Cinco crossovers que eu ainda gostaria de ver

Os crossovers recentes de Tomb Raider têm causado um certo incômodo em nossa comunidade, é verdade, mas, ao contrário dessa parcela vocal de fãs, eu os enxergo como novas oportunidades para desfrutar mais tempo ao lado da única razão de meu viver. E não, eu não sou o tipo de pessoa que amaria qualquer coisa desde que estampasse o logotipo da franquia: já expressei repetidas vezes meu desprezo pelo questionável Angel of Darkness, por exemplo.
 
Minha jornada por todos esses universos paralelos está registrada, quase que na íntegra, aqui no blog Raider Daze. Em alguns dos casos, ou o conteúdo ou o jogo por si não me apetece, portanto minha cobertura sobre alguns dos crossovers foi mínima, mas eu jamais recusaria uma sempre bem-vinda dose de Croft sem uma análise própria do que está em oferta.

Há tempos eu pensava em escrever uma postagem como essa, na qual simplesmente jogo ao vento algumas possibilidades de colaborações onde eu enxergo potencial e que egoisticamente gostaria de que viessem a se tornar realidade (independente do quão improváveis sejam). Esse pensamento foi o catalisador da minha sucinta pesquisa, que encerrei exatamente uma semana atrás.

Sem mais delongas, vamos além.
 
Arte de David Mejia

• Universo DC
 
Sinceramente, não sei o porque esse encontro nunca aconteceu. Acredito que muito do apelo dos super-heróis atualmente recaia sobre seus respectivos universos cinematográficos, mas os heróis da DC já cruzaram caminhos com tantos personagens além de suas fronteiras que é, no mínimo, estranho que Lara Croft tenha sido ignorada. Teria sido especialmente incrível na época em que os quadrinhos de Tomb Raider eram publicadas pela editora Top Cow.
 
Tartarugas Ninja e até mesmo Sonic e amigos já estiveram lado-a-lado com esses heróis lendários, em diferentes mídias como quadrinhos, animações e até mesmo itens colecionáveis. Seria interessante ver a dinâmica que se desdobraria em um encontro entre Lara Croft e Batman, por exemplo, dadas as diferenças na conduta de ambos (mas vale lembrar que, em uma interpretação, Lara havia feito um juramento de que jamais tomaria outra vida...), mas a escolha inicial mais óbvia para inserir nossa saqueadora de tumbas nesse universo seria Mulher-Maravilha.

E, em tempo, o pretexto inicial do filme Esquadrão Suicida é puro suco croftiano. Talvez não seja o melhor exemplo dada a recepção desse filme em si (apesar de eu discordar fortemente), mas o que quero dizer é que um contexto para cruzar esses universos não exige esforço.

Arte de Cyan Orange

Assassin's Creed
 
Apesar de ser uma década mais nova, a franquia da Ubisoft já possui um legado absurdo por conta de seus incontáveis jogos e spin-offs. A principal característica que torna essa uma franquia tão prolífera é a possibilidade de situar cada jogo em uma época e ambientação diferente, apresentando novos protagonistas e mecânicas de jogo e, assim, se reinventando a cada novo lançamento.

Como inserir Lara Croft, distintamente uma personagem moderna, nesse universo? Pois bem, no final de Assassin's Creed Odyssey, descobrimos que a protagonista canônica Kassandra viveu durante milênios graças ao poder de um artefato de uma civilização antiga... E ela surge, nos dias atuais, trajada como uma verdadeira CEO, para conversar com a jovem que estava revivendo suas memórias. Em nossa franquia, já tivemos uma deusa-governanta da antiga Atlântida que também viveu durante milênios e usava um disfarce de CEO... 
 
Aliás, muito do lore da franquia Assassin's Creed gira em torno da civilização Isu, "aqueles que vieram antes". Uma civilização antiga e tecnologicamente avançada que moldou o rumo da história da humanidade e das civilizações que se ergueram milênios depois... Soa incrivelmente familiar, não é verdade?
 
Falhando isso, não há erro com uma mera troca de trajes e equipamentos. Quem não adoraria ver Lara Croft em um traje de assassino, com robes longos e capuz? Um contexto nem se fez necessário aqui: precisamos de diversão e de distrações do catastrófico mundo real em que vivemos.
 
Arte de Pe Phung

Street Fighter 6
 
Tartarugas Ninja? Estão presentes.
 
Não acredito que nossa garota seria desenvolvida como uma personagem jogável inédita, com golpes e características próprias (embora potencial para isso certamente exista), mas, da mesma forma que as supracitadas tartarugas mutantes, a mera existência de avatares personalizáveis abre brecha para um pacote temático com roupas e acessórios para que jogadores interessados repliquem o visual icônico da aventureira.

Outra forma mais objetiva seria colocar uma das lutadoras do jogo — nominalmente, Cammy — fazendo cosplay de Lara Croft. A lutadora inglesa surgiu em Super Street Fighter II, em 1993, e era facilmente reconhecida por seu top verde e suas longas tranças loiras. Ou seja, o ponto de partida não está tão distante da nossa própria garota...


Lego
 
Eis outra colaboração que não entendo o porquê ainda não existe de forma oficial. Suspeito que o uso de armas de fogo dificultaria capitalizar e vender esses produtos ao suposto público-alvo da franquia mas, dado seus preços altíssimos, eu diria que o fator nostalgia torna essa linha de brinquedos algo que novos adultos compram para si mesmos (ou para seus filhos) pois não tinham condições para tê-los quando eram crianças.

De qualquer forma, a licença não precisa ficar limitada a brinquedos físicos superfaturados. Em dois exemplos rápidos, Lego Horizon tornou-se um videogame, e Lego Prince of Persia havia recebido um curta animado na época em que foi lançado, narrado por Jake Gyllenhaal (que havia interpretado o personagem no cinema). A incontestável rainha dos games deveria ter tudo isso, e muito mais. E parece que, em algum momento, chegamos perto disso...
 

Super Smash Bros.
 
E, surpreendendo zero pessoas, vou mais uma vez destacar que é um ultraje que nossa garota tenha sido esnobada da forma que foi em Super Smash Bros. Ultimate, lançado sete anos atrás (no mesmo ano em que Shadow... o que é o tempo, afinal?). Não existe qualquer argumento válido que justifique sua exclusão, considerando-se as escolhas que foram feitas para os personagens vendidos através de pacotes de DLC.

Até o momento, o próximo jogo da franquia ainda não foi anunciado, mas acredito que é tão inevitável quanto uma segunda após o domingo uma vez que o novo console da Nintendo já está disponível. Tomb Raider atingirá o marco histórico de 30 anos em 2026, e quero acreditar que isso agregará uma relevância maior e irrefutável quando chegar a hora da Nintendo negociar personagens inéditos para seu jogo de luta em plataforma...