Desde que foi lançado, em dezembro de 2018, Super Smash Bros. Ultimate recebeu
uma quantidade notável de conteúdo adicional. Por padrão, usando o slogan
"todo mundo está aqui!", o jogo base contava com um impressionante total de
mais de 70 personagens, e desde então ainda recebeu outros 12 personagens
inéditos através de duas temporadas de DLCs.
Como os personagens não eram revelados desde o início, sempre nos víamos em ciclos repletos
de rumores, especulações e teorias. O próprio blogueiro que vos redige nesse
momento realizava projeções pessoais do que poderia vir a acontecer. E de nada adiantava,
pois o diretor do jogo, Masahiro Sakurai, parecia sempre estar um passo à
frente e surpreendia — seja positiva ou negativamente — a cada nova revelação.
Quando o primeiro passe encerrou, em fevereiro do ano passado, eu havia compartilhado aqui pelo blog meus devaneios. "A regra é que não existem
regras" é um preceito que se manteve firme e forte. A linha de argumentos também não mudou, na
verdade: a quantidade de personagens femininas é baixíssima; e a de
personagens criados fora do Japão é ainda menor.
Então, o que poderia ser levado em consideração para que Lara Croft não
entrasse nesse elenco estelar? O público-alvo possivelmente, já
que os jogos recentes da saga tem a recomendação etária de 18 anos — mas isso ironicamente não é um problema para Snake, de Metal Gear Solid, ou para os
trajes Mii de Altaïr, de Assassin's Creed, e Doom Slayer, de Doom. Pistolas?
Snake havia sido adaptado de forma a removê-las, mas Joker, da série Persona, e
Bayonetta passaram imunes.
Indo mais a fundo, existe a peculiaridade de que nossa franquia sofreu um reboot ao
longo do caminho e poderia gerar a dúvida sobre "qual" Lara deveria ser usada. Sem a
necessidade de uma história detalhada para justificar sua existência naquele universo, a resposta é simples: uma amálgama. O traje icônico, que temos visto em praticamente todos
crossovers recentes, combinados com alguns elementos da trilogia Survivor. Não é difícil.
Por fim, o único argumento realmente substancial era a questão de que já existiam personagens demais da Square
Enix no jogo. Cloud, de Final Fantasy
VII, estava no jogo base, e na primeira leva de DLCs recebemos Hero, de Dragon Quest.
Com a segunda temporada, tivemos Sephiroth no início, de um mesmo Final
Fantasy que já estava bem representado no jogo, e essa poderia ter sido a cartada
final. A Nintendo jamais permitiria que dois dos seis personagens do mesmo passe viessem da
mesma empresa, pensávamos.
E, novamente, nos vimos redondamente enganados. O garoto Sora, da série
Kingdom Hearts, fruto de uma parceria entre a Square Enix e a Disney, foi
anunciado como o último personagem para SSBU no mesmo dia em que as
celebrações de 20 anos da franquia foram reveladas. Engraçado como a Square
Enix opera, não é verdade? Vale lembrar que, em números de vendas, Tomb Raider
agora é a segunda maior propriedade intelectual deles, tendo ultrapassado Dragon Quest recentemente...
No final do ano passado,
um rumor veio à tona
com uma suposta lista de personagens sugeridos para que o diretor pudesse
escolher aqueles que melhor se encaixassem com sua visão. Se esse rumor tem
fundamento ou não, jamais saberemos, mas Lara Croft estava nessa lista... De
qualquer forma, seja lá quais tenham sido os motivos, é uma lástima que ela
tenha sido esnobada e excluída da suposta "maior celebração dos videogames".
Sinto que, em minha jornada, eu fracassei.