Este foi, sem dúvidas, o pior ano de minha vida (até agora), em todo e
qualquer aspecto: vida pessoal, profissional, social, afetiva, saúde física —
tanto própria quanto de familiares —, e especialmente saúde mental. Parece que
tudo confluiu de forma a tornar cada novo dia um desafio em simplesmente
respirar.
Paradoxalmente, fiz coisas que fogem completamente de meu normal, como viagens
(depois de quase vinte anos sem viajar) e, por um prolongado período, fiz
caminhadas que combinadas a outros fatores resultaram numa notável e insignificante redução de
peso. Minha sanidade já não pode ser questionada pois deixou de existir, mas,
felizmente, ainda tenho Tomb Raider.
Continuamos sem quaisquer notícias concretas sobre o próximo jogo da série,
exceto por um breve comentário que reafirma sua existência, mas esse ano
recebemos o excelente I-III Remastered em fevereiro, e, nos meses seguintes, a
Definitive Edition de TR2013 chegou aleatoriamente ao
PC
e Legend recebeu um
relançamento de sua versão PS2 para as plataformas PS4 e PS5.
Lara Croft continua marcando presença em universos paralelos graças a novos
crossovers idealizados este ano, que incluem
Hero Wars,
Dead by Daylight,
Naraka: Bladepoint, e
State of Survival, além de uma adorável homenagem a nível de cameo em
Astro Bot. Outra forma de colaboração oficial veio sob a forma das
maratonas virtuais através da Conqueror Challenges.
Como sabemos, tanto a Embracer como a Amazon enxergam potencial na franquia,
portanto vimos algumas iniciativas transmidiáticas: a
Live Experience de Londres pode ter fechado suas portas, mas uma
nova e diferente experiência foi inaugurada em Seattle. A animação
The Legend of Lara Croft
estreou poucos meses atrás na Netflix, para a qual
uma segunda temporada foi confirmada, e acredito que logo mais ouviremos
sobre o(s) projeto(s) em live action da Amazon.
Outras novidades previstas para o futuro incluem um novo RPG licenciado,
Shadows of Truth, e um jogo de tabuleiro,
Crypt of Chronos, e ambos serão realizados através de campanhas de financiamento coletivo,
para meu desespero. E, claro,
IV-VI Remastered
é iminente, chegando às nossas plataformas em pouco mais que um mês.
No que diz respeito a conteúdo mais peculiar da franquia, nesse ano tivemos
acesso
a uma versão (quase) funcional de Apocalypse; uma adaptação de Atlantean Scion para realidade virtual
através do projeto Beef Raider XR
(que eu pude
conferir pessoalmente!); e um
mangá não-oficial de Dagger of Xian veio à tona.
Coleções brasileiras estão com dias contados (a minha certamente está), mas o
novo portal oficial
inaugurou
uma loja contendo itens exclusivos; os três primeiros jogos foram
lançados para o console retrô Evercade
(que sequer é comercializado no Brasil); e a Limited Run Games vendeu edições
especiais de
Lara Croft Collection
e de
I-III Remastered
— que também recebeu
uma segunda edição especial, ainda mais limitada.
A Dark Horse Direct está produzindo uma série de figuras inspiradas pelas eras
da franquia — já vimos a
clássica, a
"unificada", e a
Survivor
—, que devem ser lançadas periodicamente no início de 2025. O custo somado
dessas três peças fica um pouco abaixo do
valor previsto para a estatueta da Iron Studios, que, francamente, deveria ser vendida dentro da realidade do Brasil, e não
a dos países de primeiro mundo. Afinal, para eles, a
Weta está produzindo uma estátua de Underworld
naquela mesma escala luxousa da figura The Lost Valley (que custava
1500 USD...).
Comentando a nível particular, por enquanto as únicas coisas anunciadas que
tentarei adquirir para minha coleção são as
duas novas Tubbz, e o novo relançamento das
histórias em quadrinhos da Top Cow na chamada Colossal Collection. Triste, mas meu prospecto para o futuro é ainda mais tenebroso do que tudo
o que já aconteceu até esse momento.
Minha coleção já está estagnando, com atualizações simbólicas em
abril, em
outubro, e uma dias atrás. Minha devoção é obviamente maior que meu poder
aquisitivo: completei as múltiplas listas de troféus de
I-III Remastered (total de 810 troféus, sim) e TRL, além das conquistas retrô de TR1 (Saturn)
e as de
Curse of the Sword (GBC). Meu projeto para renovar um jogo de tabuleiro gratuito ficou parado o ano inteiro, mas vou tentar priorizá-lo nas próximas semanas.
E, dentro do que a saúde mental permite após dias cada vez mais longos e exaustivos em meu emprego de turno integral, tento reservar parte de meu tempo livre para continuar as
infindáveis incursões pelos níveis criados com o Level Editor, que esse ano contou com o incrível
Beyond the Basics: Egypt. Além do montante que joguei, com alguns conjuntos de níveis representando verdadeiras
maratonas por si, escrevi 25 detonados em inglês para o portal
trle.net.
Uma vez invisível, invisível até morrer.