A equipe por trás do canal Tomb Raider Files, subsidiário do portal Laraider, desenvolveu esse incrível documentário em formato de vídeo sobre a (breve) carreira musical de Lara Croft. O vídeo, em francês e com legendas em inglês, tem cerca de uma hora de duração e, além do histórico de produção, traz análises individuais de cada uma das faixas.
Para quem não lembra ou não era fã nessa época, as campanhas de marketing dos anos 90 sempre contavam com a participação de uma modelo oficial, fazendo aparições como a personagem em feiras e exposições de jogos ou eventos, como inauguração de lojas e programas de TV. Imagem era tudo, e a Eidos era bastante agressiva em suas campanhas, capitalizando ao máximo certos... aspectos... de nossa garota.
Além disso, por algum motivo ou outro, decidiram que a modelo também precisaria ser capaz de cantar, para assim lançar um álbum. Natalie Cook gravou uma canção em segredo que nunca viu a luz do dia — até poucos anos atrás! —, e agora podemos entender o porquê. Embora a Eidos estivesse extremamente interessada em explorar todas as possibilidades que o status de ícone de Lara Croft permitiam, algumas das decisões ainda cabiam aos diretores da Core Design.
Uma delas, por exemplo, diz respeito ao fato que as modelos não podiam conversar ou opinar enquanto estivessem usando o traje. Para todas as entrevistas que participavam, as perguntas eram respondidas previamente por uma equipe da Core, portanto as modelos apenas repetiam falas autorizadas. O estúdio acreditava que conseguiria manter uma personagem coesa, tentando evitar uma desconexão entre a Lara virtual e a "real".
Os diretores da Core também temiam que a ideia de um álbum oficial poderia sujar a marca e colocar em risco os demais projetos que visavam na época (leia-se: o filme). Como a Eidos já havia adquirido a Naked Records tão somente para esse fim, acredito que foi essa "disputa" que tornou Come Alive (e seu relançamento, Female Icon) um lançamento regional, disponível apenas na França.
Algumas das faixas desse álbum, interpretadas por Rhona Mitra em parceria com Dave Stewart, possuem letras questionáveis, que ora apelam para o lado rebelde de Lara, ora para aquele exagerado sensualismo que se tornou característico do marketing da Eidos para a época. Dito isso, eu admito que as faixas não são de todo mal, mesmo que a recepção comercial obviamente tenha sido fraca.
Paralelo a isso, o vídeo também destaca outros momentos dessa carreira de Lara, como sua aparição como convidada especial na PopMart Tour do U2, o álbum A Tribute to Lara Croft, e o clipe de Männer sind Schweine, da banda alemã Die Ärzte. Não deixe de conferir!