quarta-feira, 20 de março de 2013

Pensamentos pós Tomb Raider

Tomb Raider é, sem dúvida, o jogo que estávamos esperando a vida inteira, sem sequer sabermos disso. Como eu já falei antes, apesar da grande reformulação na estrutura do jogo, alguns pilares-base da franquia permanecem intactos, como exploração e transposição de ambientes, com o acréscimo do elemento "survival action."

Ao contrário do que muito do que havia sido divulgado antes do jogo ser finalmente lançado, não existe um foco absurdo no quesito sobrevivência, e, na verdade, após os primeiros 30 minutos de jogo ele se torna cada vez mais escasso, embora ainda disperso pelo restante do jogo. As cenas onde Lara é ferida de forma abusiva podem ser resumidas à isso: cenas. Por vezes refletem na jogabilidade, mas nem sempre. Aproveitando a deixa, as possibilidades de morte de Lara são inúmeras e brutais, bem ilustradas por este vídeo:


Ainda no início do jogo existe uma constante, mais por parte de Roth, mentor de Lara e amigo de longa data da família, que prega a capacidade "dos Croft." Quando essas falas são pronunciadas, acredito que soem um tanto patéticas, mas funcionam tão somente porque Lara sempre teve aptidão à aventura, ela só não sabia disso. 

Vale ressaltar que Lara já tinha experiência em tiro com arco, portanto, ela pode ser ingênua e inexperiente, mas não é uma novata completa - o que fica bem claro logo após a cena onde ela mata Vladimir, encurralada e sem alternativa, após testemunhar a execução de tripulantes de sua embarcação. 

O jogo possui, sim, um foco gigantesco em tiroteios, de certa forma reminiscente aos antigos jogos como Dagger of Xian e Adventures of Lara Croft, mas acredito que tão somente pelas novas mecânicas que já são padrão na indústria há tempos. No começo, Lara grita para os inimigos pedindo para que não atirem, mas, mais perto do fim, ela passa a ser impiedosa e não poupa palavrões e ameaças contra quem ousar ficar em seu caminho.

Aliás, falando nisso, neste jogo temos Lara fazendo tudo que é necessário para salvar Samantha, sua melhor amiga. Não sei se é de conhecimento comum, mas este conceito havia sido considerado para Legend, só não foi levado adiante pois até então, Lara tinha o costume de matar qualquer pessoa que atravessasse seu caminho, portanto optaram por utilizar a mãe dela. Com um reboot total, a oportunidade veio a calhar e funcionou bem, em minha opinião. Espero que Sam não seja esquecida no próximo jogo da franquia.

E isso me leva a minha consideração final: o próximo jogo. O que esperar, exatamente? Como eu já disse anteriormente aqui no blog, a combinação de survival action com uma Lara jovem e inexperiente rendeu um jogo inteiro, mas como a franquia pode se desenvolver em uma continuação? O final do jogo dá a entender que Lara vai investigar as linhas tênues que separam lendas da verdade, observando um mapa assinalado com a palavra Croatoan. A progressão de inventário é algo que deve permanecer, portanto exploração e transposição de ambientes podem ser facilmente expandidos, mas e quanto à Lara?

No mais, volto a dizer que o jogo valeu cada segundo da espera e que estou ansioso para o que o futuro nos reserva. A próxima geração dos consoles está praticamente aí, então acredito que não ouviremos nada a respeito tão cedo. Mas, com todos os mecanismos de jogo básicos já funcionando, acho que é seguro assumir que o próximo título não vai demorar quatro anos para ser lançado.