domingo, 26 de setembro de 2021

Revisitando o trágico Underworld para PS2

Assim como revisitei The Action Adventure no decorrer do mês dedicado a Angel of Darkness, pensei que essa seria a hora ideal para trazer ao blog qualquer tipo de conteúdo da (sofrível) versão para PS2 de Underworld. Eu havia jogado essa versão em particular apenas algumas vezes na época em que saiu, lá no início de 2009, então, apesar de ainda lembrar de algumas das diferenças, me encontrei estarrecido um número de vezes.
 
Na ocasião, eu havia compilado uma lista robusta listando diferenças entre a versão base e Wii e, posteriormente, uma listagem comparando a versão Wii contra a de PS2, ambas para o fórum oficial. Como o fórum foi desativado alguns anos atrás, décadas de informação foram descartadas e, junto delas, essas listagens, o que é uma verdadeira pena, pois já faz quase uma década que não toco na versão de Wii e as lembranças estão cada vez mais rasas.
 
Essa versão para PS2 sofreu inúmeros cortes. Os níveis são notavelmente menores, com áreas muito mais constritas, e existem diversas portas e alavancas extras para permitir que o console libere memória para carregar as próximas salas. De forma geral, é um port capado da versão para Wii, mas devo dizer que a de Wii ao menos era capaz de se sustentar como uma adaptação aceitável.

Nenhuma das cutscenes é renderizada no console, sendo vídeos gravados da versão Wii na maior parte, e isso fica bem evidente com o uso de emuladores que nos permitem forçar o processamento numa qualidade muito maior que a plataforma original (as capturas da galeria abaixo foram feitas numa resolução três vezes maior do que a do console, por exemplo). Mas espere que há mais cortes!

O combate foi reduzido a quase nada, com uma quantidade baixíssima de inimigos — sem falar na falta de variedade: aranhas e morcegos, por exemplo, não existem — mas, curiosamente, a possibilidade de mirar em dois alvos foi implementada mesmo assim. Durante a maior parte do tempo, o jogo poderia passar facilmente por um jogging simulator, pois tudo que você faz é atravessar longas séries de corredores entre uma sequência de plataforma e outra. E sem a habilidade para correr mais depressa.
 
Xibalba é um exemplo prático das diferenças entre as versões. Na versão base, são seis salas contendo uma armadilha cada. Na versão para Wii, duas alas distintas, sendo uma de fogo e uma de neve. Aqui, na versão para PS2, apenas uma ala de neve existe. Posteriormente, em Jan Mayen, para abrir o portão para Valhalla, basta girar a base da gigantesca torre, que sequer pode ser escalada, mas, curiosamente, a sequência externa de moto — que existia apenas no Wii — foi mantida.
 
Por outro lado, toda a abertura do Oceano Ártico, com a sequência subaquática onde é necessário levantar as espadas das estátuas para abrir o portão do templo foi substituída por uma cutscene onde Lara nada, em linha reta, diretamente para dentro do templo. Assim sendo, o nível tem início logo na área onde Natla surge e realiza a primeira parte do ritual para abrir o portão para Helheim.
 
Chega a ser uma afronta ao console, considerando que os excelentes Legend e Anniversary, lançados nos anos anteriores, rodavam perfeitamente e eram infinitamente mais ricos em detalhes. Não tenha dúvidas: essa é a pior versão do jogo.