domingo, 29 de abril de 2012

Pensamentos pós Chronicles

Curiosamente, o exato oposto do que aconteceu comigo após terminar The Last Revelation ocorreu aqui. Como eu disse na postagem inicial de Chronicles, com a listagem dos níveis, eu sempre o considerei um bom jogo, mas jogá-lo logo após o épico TR4 fez com que ele parecesse valer muito menos do que eu lembrava.

As fases se distinguem bastante entre si, mas todas sofrem com o mesmo problema: são absurdamente pequenas, centradas em algumas ideias novas aqui e ali. No final das contas, as fases em Roma são as melhores por suas similaridades aos padrões estabelecidos pelos demais jogos da série. O ponto mais baixo do jogo, em minha opinião, são as fases com a jovem Lara. Chega a ser estranho mencionar isso, afinal as fases emanam uma das ambientações mais únicas da série, porém isso não as torna menos tediosas. Já o submarino e a torre de Von Croy acabam parecendo apenas um complemento para justificar o lançamento como um jogo completo.

E são justamente nessas duas áreas que as novidades se destacam. O uso de itens em inimigos desatentos, mais especificamente falando, já que nas duas áreas Lara se encontra, ao menos uma vez, desprovida de suas armas. A sistemática é um pouco falha, uma vez que caso você seja detectado pelo inimigo sua única alternativa é recarregar o último jogo salvo, mas o conceito estava lá. Irrelevante quanto ao jogo em si, mas também são nessas duas áreas que Lara apresenta roupas novas - e ambas estão entre as minhas favoritas de todos os tempos.

A última fase do jogo, Red Alert!, também sofre com alguns empecilhos técnicos que impedem o progresso do jogador. Nessa partida, por exemplo, os inimigos que descem pelo teto de vidro no acesso ao heliporto nunca apareceram, acabei tendo que repetir a fase desde o início pois Lara precisa das cordas com as quais eles entram. Na sequência do helicóptero, que repeti algumas vezes propositalmente para conseguir uma screenshot, apenas na primeira vez as explosões aconteceram: a partir da segunda, o chão já estava totalmente destruído. Isso, felizmente, não detém o jogador, mas não deixa de ser uma falha.

Visualmente falando é o jogo mais bonito dos clássicos, os simples refinamentos o tornam vastamente superior ao seu antecessor. É engraçado comparar, por exemplo, com o primeiro título da série. Mesmo após tantas mudanças, manteve-se essencialmente igual, e apesar dessa comparação insensata, em minha opinião acredito que TR1 ainda vença, tão somente pelo seu valor nostálgico.

Se essa não tivesse sido uma fase tão conturbada para a franquia, talvez as coisas pudessem ter sido diferentes. Há alguns anos, Philip Campbell, designer dos pacotes de expansão, publicou em seu portfólio os planos de desenvolvimento de TR4 Gold, que, para nossa tristeza, nunca saiu do papel. O Level Editor certamente compensou por essa lacuna, mas a grande verdade é que nunca podemos ter Lara Croft demais.

Parto de certa forma decepcionado, pois o jogo não atingiu as expectativas de minhas lembranças, ao mesmo tempo que tenho em minha frente a verdadeira prova de fogo: Angel of Darkness. Oh, céus...