sábado, 5 de abril de 2025

Tomb Raider: Batalha pelo Tesouro PNP

Este é um projeto sem fins comerciais e sua monetização é estritamente proibida.
 
Fico feliz em, finalmente, poder compartilhar este de meus questionáveis projetos aqui no blog Raider Daze.  No passado, eu havia mencionado que pretendia produzir conteúdo sobre os jogos de tabuleiro oficiais de Tomb Raider, mas isso provou-se inconcebível considerando fatores como tempo e, principalmente, sociais. Entretanto, eu fiquei quase três anos trabalhando, conforme conseguia, nesse projeto feito sob o modelo "imprima e jogue" ("print and play", ou apenas PNP).
 
Se você acessar o portal Board Game Geek, referência no em jogos de tabuleiro, e pesquisar por "tomb raider", encontrará um registro chamado Tomb Raider Treasure Battle: The Print and Play Game (2011). O portal não conta com muitas informações, mas eu fiz um pouco de pesquisa para agregar um teor mais histórico às origens do jogo que estou oferecendo para download.
 

O jogo original, gratuito e disponível através do link acima, corresponde a uma atividade curricular da Universidade de Shizuoka, no Japão, desenvolvido por dois alunos: Hayato Aoyanagi, e Mika Takahashi. O professor do curso, Jonathan deHaan, separou a turma em diferentes grupos e os desafiou a criarem jogos de tabuleiros baseados em filmes (neste caso específico, The Cradle of Life). Os jogos resultantes dessa atividade foram posteriormente disponibilizados na internet e podem ser rapidamente acessados pela listagem no final desta página.
 
Desde que me registrei no portal, muitos anos atrás (por conta do TRCCG), sempre senti certa curiosidade sobre o jogo. O download é minúsculo e tudo indicava que era bastante simples, com duas meras páginas de regras. Quando o  imprimi para jogar com parentes em um dos cada vez mais raros almoços de família, encontramos diversos poréns. Melhor dizendo, enxergávamos potencial, mas parecia um jogo engessado demais. 

O jogo por si é, de fato, simples, mas depende de muitos marcadores sendo transferidos entre os jogadores o tempo inteiro. Seu objetivo é ser o primeiro jogador a acumular 10 TP (pontos de tesouro), que podem ser encontrados no mapa ou roubados de outros jogadores. A batalha envolve o consumo de BP (pontos de batalha), que influencia diretamente o número de tesouros roubados. Quanto mais pontos investidos, maior o número de TP que você toma num ataque bem sucedido. Para evitar uma sequência contínua de batalhas, as regras originais dizem que os mesmos jogadores não podem voltar a batalhar durante as duas rodadas posteriores.

Em nossos testes, essa grande quantidade de marcadores em constante movimento causava uma certa lerdeza que impactava negativamente o ritmo do jogo. Além disso, ao menos um dos jogadores encontrava-se com constante déficit de pontos de batalha, limitando até mesmo suas opções de defesa quando era atacado pelos oponentes.

Por volição própria, além de reformular as regras, senti que uma recauchutagem visual para deixá-lo mais "atraente" faria bem ao projeto — e, com o então recente lançamento do injustiçado e amaldiçoado Reloaded, encontrei uma ótima oportunidade para usar seus elementos visuais para essa versão que desenvolvi com a ajuda de meus familiares. 

 
Em Tomb Raider: Batalha pelo Tesouro, seu objetivo ainda é ser o primeiro jogador a acumular 10 tesouros, mas removemos completamente a existência dos pontos de batalha. Em seu lugar, temos uma camada de sorte, atribuindo o número de tesouros roubados a um rolar de dados; e construímos uma série de cartas de uso único, com efeitos variados, visando um jogo mais ativo e dinâmico. Essas cartas podem ser lançadas em jogo a qualquer momento, podendo mudar o rumo de uma partida.

Simplificamos o sistema de batalha. Ao invés de três cartas de ataque e três respectivas cartas de defesa, agora existem apenas três cartas de batalha. Os dois jogadores escolhem uma delas secretamente: se ambos usarem a mesma carta, significa que o jogador sendo atacado conseguiu "prever" a forma de ataque, assim sendo capaz de proteger seus tesouros e realizar um contra-ataque imediatamente. Caso contrário, o atacante rola um dado para roubar entre 1 e 3 tesouros, de acordo com o resultado, e o jogador lesado poderá buscar a revanche em sua próxima rodada, se assim desejar.
 
Também oferecemos uma regra alternativa para batalhas, removendo completamente as cartas de batalha da equação e substituindo-as por lançamentos de dados. Para melhor uso dessa simplificação das regras, removemos a possibilidade do contra-ataque, tornando o ritmo do jogo ainda mais rápido, embora totalmente dependente de sorte ao invés.
 
Não sou particularmente habilidoso com edição de imagens, e como comentei na recente postagem sobre o vindouro The Crypt of Chronos, talvez eu devesse rastejar para um buraco e sumir, mas na verdade sinto um orgulho módico do resultado final. Tanto que estou compartilhando publicamente — se será aprovado por outras pessoas, porém, é outra história.

É até mesmo desnecessário dizer isso, mas a comercialização ou monetização desse conteúdo, em qualquer forma, é estritamente proibida. O único custo que você terá é com a impressão das páginas, cujo total varia dependendo do acabamento desejado. Também será necessário ao menos um dado comum, de seis faces. Peço desculpas que não gravei o vídeo que havia planejado, exibindo o processo de montagem. Eu e minhas promessas quebradas...

Eu pedi uma gramatura maior na hora da impressão, e reforcei os marcadores com uma camada de fita dupla-face na parte interna. Afixei o tabuleiro em placas de papelão holler e complementei com uma camada de contact. No fim das contas, é em essência um projeto "faça você mesmo" ("do it yourself", DIY), então toda e qualquer escolha é inteiramente sua.
 
Deixarei aqui algumas dicas, de um novato que fez e montou um PNP pela primeira vez:
  • Dobre as folhas antes de colar, com uma aplicação uniforme de cola bastão em toda superfície interna, para garantir o alinhamento correto dos componentes que possuem frente e verso (cartas e marcadores).
  • Para os marcadores menores, recomendo usar fita dupla-face ao invés de cola em bastão, para deixá-los ainda mais "encorpados". Em ambos os casos, esfregue o papel suavemente com um pano macio para garantir que toda a superfície esteja bem colada antes de recortar.
  • Não se preocupe se bordas ficarem visíveis: considere-as como um certificado de autenticidade de seu trabalho manual!
  • Cole as metades do tabuleiro em papelão. Se desejar, aplique uma camada de papel contact transparente e faça os acabamentos nas bordas com fita durex comum. É possível "articular" o tabuleiro com uma fita crepe no verso, mas preferi não arriscar nesse primeiro projeto e deixei as duas metades separadas.
  • O exército amarelo do atemporal War fornece um belo estoque de tesouros, caso prefira marcadores plásticos ao invés do de papel (mas, realisticamente falando, qualquer coisa pode ser usado para esse fim).
Uma partida dura cerca de 20 minutos, e as regras comportam de 2 a 4 jogadores.