quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Prefácio de Tomb Raider: Os Dez Mil Imortais

Kennard Montez
Aproveitando o gancho da postagem de segunda-feira, eis aqui um pequeno "adendo" para a edição nacional de Tomb Raider: Os Dez Mil Imortais. Por algum motivo ou outro, o prefácio foi removido da versão traduzida, e embora ele não seja exatamente relevante, eu acho que faz parte da experiência.

Explico: eu já mencionei diversas vezes o meu desgosto pelo livro, mas esse breve texto, assinado em nome da Crystal Dynamics, confirma essa história como parte do desenvolvimento do universo pós-reboot. Felizmente, nem o livro e nem as HQs tiveram importância alguma em Rise of the Tomb Raider no fim das contas.

Enfim, minha opinião pessoal provavelmente está subjugando a real mensagem aqui...

[ * * * ]

Não é uma tarefa fácil escrever um romance sobre Tomb Raider. 

A história teria que iniciar exatamente onde o jogo Tomb Raider terminou, com uma jovem Lara Croft recentemente sobrevivido a sua cruciante primeira aventura. O livro também precisaria terminar exatamente onde as histórias em quadrinhos começam. Não poderia ir além disso, de um ponto de vista cronológico, e também não poderia fazer nada que complicasse eventos que já aconteceram nos quadrinhos.

O livro também precisaria plantar sementes, mas não necessariamente colher todos seus frutos. Os eventos de Os Dez Mil Imortais fazem parte da jornada de Lara Croft em direção à continuação do jogo, Rise of the Tomb Raider. Então existem elementos que podem ser introduzidos adequadamente, e outros que devem meramente ser sugeridos.

Por fim, a história tem que satisfazer a comunidade de Tomb Raider, um maravilhoso e passional grupo de pessoas ao redor do mundo. Eles amam Lara Croft, e podem ser ferozes protetores de sua história, rapidamente nos alertando sobre quaisquer imprecisões ou incongruências que encontram.

Do ponto de vista de um autor, deve ser como receber de alguém um único lápis, uma única folha de papel, e a expectativa de entregar uma cópia da Mona Lisa.

Dan Abnett e Nik Vincent conseguiram realizar essa façanha. Isso valida nosso apoio à decisão da BradyGames em procurar estes autores para escrever o livro. Familiarizados com o trabalho de Dan Abnett, sabendo que ele sabe como escrever histórias inspiradas por videogames, nós na Crystal Dynamics acreditamos que podíamos confiar a ele o nosso mais valioso tesouro.

O primeiro esboço do manuscrito foi avaliado em diversos critérios que iam muito além da simples qualidade de escrita. Ele apresentava uma Lara humana e referível? Sim. Ele mantinha o nosso estilo de sobrevivência sombrio? Sim. Ele trazia qualquer tipo de spoilers do próximo jogo? Não. Existia qualquer coisa no livro que contradizia algum dos eventos dessa história de origens? Nada que pudemos encontrar, mas temos certeza que os fãs vão nos informar se deixamos algo passar...

Tudo isso significa que não apenas o manuscrito era aceitável, sabíamos que nossa confiança em Dan Abnett e Nik Vincent estava bem depositada. É claro que oferecemos nossa opinião, mas mesmo isso fala muito, já que Dan e Nik estavam bem abertos e dispostos a trabalhar conosco para contar a história apropriadamente. Uma história que ajuda a levar Lara até onde ela deve chegar. Os autores claramente são passionais quanto a Lara Croft, e conseguiram atravessar a corda bamba e nos oferecer uma excelente aventura.

O resultado final é a nova história de Tomb Raider que você segura em suas mãos. É cânon. Seus eventos agora fazem parte da vida de Lara e da história de origens que está em andamento. Estamos animados com essa expansão da história de Lara, e incrivelmente agradecidos ao Dan e à Nik por tornarem isso possível. Desfrutem.

Equipe da Crystal Dynamics
4 de setembro de 2014