Consegui encerrar a tempo minha jornada pelo passe de batalha especial de Tomb
  Raider em World of Tanks, e vou tentar transcrever alguns pensamentos sobre essa breve, mas intensa, experiência por aqui, como costumo fazer.
  Admito que este é, sem dúvidas, um dos crossovers mais controversos que a
  franquia já recebeu, mas eu também diria que a reação da comunidade foi
  exagerada. Entendo, e até mesmo compartilho, a frustração que a ausência de
  notícias concretas sobre o próximo jogo da série pode causar, mas pelo jeito
  as remasterizações que há tempos estavam em "alta demanda" não causaram
  qualquer tipo de impacto se são tão prontamente esquecidas em prol de pequenas
  colaborações como essa. E não sejamos hipócritas; sabemos
  exatamente qual será a reação dessas mesmas pessoas quando o próximo
  jogo da Crystal Dynamics for finalmente revelado...
  De qualquer forma, World of Tanks é um jogo que foge completamente do nosso
  escopo habitual. De fora, eu pensava que era apenas uma variante de um jogo de tiro,
  rápido e dinâmico, mas a realidade é bem diferente: é muito mais
  tático e estratégico, não bastando simplesmente encontrar um inimigo e atirar até que
  ele morra. Mesmo em partidas contra bots, você precisa uma abordagem cautelosa
  e discreta para que seu próprio tanque não seja destruído.
  Como caímos literalmente de pára-quedas aqui, a curva de aprendizado foi
  difícil. Mesmo tendo jogado cerca de 100 partidas no decorrer dos últimos dez
  dias, ainda existem muitas coisas que eu não entendo como funcionam. São
  incontáveis menus e subtelas de progressão, de pesquisa, de treinamento, de
  melhorias, o que é um tanto quanto desconfortável para tentar assimilar num
  prazo de tempo tão curto (e que, francamente, não devo retornar, agora que já
  garanti o conteúdo desejado em minha conta).
  Apesar de ter jogado algumas missões "de história", com objetivos e diálogos
  entre tripulação e generais comandantes, por conta dos pontos para o
  passe o meu foco ficou totalmente nas batalhas padrão, que são compostas por duas equipes
  de até 14 jogadores cada em um confronto direto. As condições para vitória são eliminar toda a oposição, ou capturar a base inimiga ficando dentro da área
  delimitada por um período de tempo sem sofrer qualquer tipo de ataque.
           
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  Os servidores, ao menos na América do Sul, oscilam bastante. O jogo informava
  que existiam mais de 1000 jogadores ativos sempre que eu entrava para fazer as
  missões, mas acho que a base de jogadores fica fragmentada de acordo com os ranques dos tanques. Eu
  tinha uma expectativa de vida minúscula em partidas contra outros jogadores
  humanos, mas fico grato pelas diversas partidas contra equipes de bots que
  encontrei — jamais teria conseguido completar o passe sem esse recurso.
  Por algum motivo, quando os desenvolvedores inseriram bots no jogo, eles
  limitaram isso apenas aos ranques mais baixos. No anúncio, eles dizem que bots
  estão restritos à batalhas de ranques I a V para o benefício de jogadores novatos. O passe de batalha concede pontos
  bônus por performance para ranques IV ou superior, mas, para algumas das
  missões diárias (normalmente eliminar um número de oponentes), eu recorria a um
  tanque de tier III onde a chance de encontrar bots era maior, abrindo mão dos bônus para ao menos garantir os pontos diários.
  Como o jogo está disponível há bastante tempo (desde 2010), é natural que o
  número de jogadores atualmente seja baixo, mesmo que a comunidade
  oficial no Discord seja exponencialmente maior do que a de Tomb Raider, por
  exemplo. Além disso, é um jogo gratuito, o que certamente o torna acessível à
  virtualmente qualquer pessoa com interesse e acesso a um computador. 
  O tanque de Lara Croft é de ranque VIII, tentei por cerca de vinte minutos mas
  não consegui encontrar uma partida para registrá-lo em jogo. Ainda não desisti completamente, pois as falas da personagem, interpretadas mais uma vez por
  Keeley Hawes, incluem referências à diversos jogos da série e, também, a uma
  icônica frase do primeiro filme. Os fãs podem continuar chorando e
  esperneando, mas esse tipo de conteúdo só existe graças a crossovers como
  esse.
           
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Eu precisei deixar Tomb Raider Pinball de lado para garantir que
  conseguiria completar esse passe a tempo, mas continuei com meus mergulhos
  rotineiros na ilha de Fortnite para criar galerias de screenshots próprias para o blog e, também, minhas incursões diárias nas infindáveis aventuras do Level Editor. Sendo um fracasso ambulante em todos os aspectos da vida real, noto que meu autoconceito está em constante decadência com esse meu envolvimento doentio com a
  franquia: quem estou tentando impressionar, afinal? O que estou tentando
  provar? Quem se importa? Quando eu partir, de que terá valido?
  Perguntas que, talvez, seja melhor jamais confirmar as respostas, visando
  manter um resquício mínimo de saúde mental que, por algum motivo
  injustificado, ainda não desistiu dessa existência. 








