domingo, 20 de julho de 2025

World of Tanks × Tomb Raider

Consegui encerrar a tempo minha jornada pelo passe de batalha especial de Tomb Raider em World of Tanks, e vou tentar transcrever alguns pensamentos sobre essa breve, mas intensa, experiência por aqui, como costumo fazer.
 
Admito que este é, sem dúvidas, um dos crossovers mais controversos que a franquia já recebeu, mas eu também diria que a reação da comunidade foi exagerada. Entendo, e até mesmo compartilho, a frustração que a ausência de notícias concretas sobre o próximo jogo da série pode causar, mas pelo jeito as remasterizações que há tempos estavam em "alta demanda" não causaram qualquer tipo de impacto se são tão prontamente esquecidas em prol de pequenas colaborações como essa. E não sejamos hipócritas; sabemos exatamente qual será a reação dessas mesmas pessoas quando o próximo jogo da Crystal Dynamics for finalmente revelado...
 
Street Fighter Red Tape: Vega
 
De qualquer forma, World of Tanks é um jogo que foge completamente do nosso escopo habitual. De fora, eu pensava que era apenas uma variante de um jogo de tiro, rápido e dinâmico, mas a realidade é bem diferente: é muito mais tático e estratégico, não bastando simplesmente encontrar um inimigo e atirar até que ele morra. Mesmo em partidas contra bots, você precisa uma abordagem cautelosa e discreta para que seu próprio tanque não seja destruído.

Como caímos literalmente de pára-quedas aqui, a curva de aprendizado foi difícil. Mesmo tendo jogado cerca de 100 partidas no decorrer dos últimos dez dias, ainda existem muitas coisas que eu não entendo como funcionam. São incontáveis menus e subtelas de progressão, de pesquisa, de treinamento, de melhorias, o que é um tanto quanto desconfortável para tentar assimilar num prazo de tempo tão curto (e que, francamente, não devo retornar, agora que já garanti o conteúdo desejado em minha conta).

Apesar de ter jogado algumas missões "de história", com objetivos e diálogos entre tripulação e generais comandantes, por conta doos pontos para o passe o meu foco ficou totalmente nas batalhas padrão, que são compostas por duas equipes de até 14 jogadores cada em um confronto direto. As condições para vitória são eliminar toda a oposição, ou capturar a base inimiga ficando dentro da área delimitada por um período de tempo sem sofrer qualquer tipo de ataque.

 
Os servidores, ao menos na América do Sul, oscilam bastante. O jogo informava que existiam mais de 1000 jogadores ativos sempre que eu entrava para fazer as missões, mas acho que a base de jogadores fica fragmentada de acordo com os ranques dos tanques. Eu tinha uma expectativa de vida minúscula em partidas contra outros jogadores humanos, mas fico grato pelas diversas partidas contra equipes de bots que encontrei — jamais teria conseguido completar o passe sem esse recurso.
 
Por algum motivo, quando os desenvolvedores inseriram bots no jogo, eles limitaram isso apenas aos ranques mais baixos. No anúncio, eles dizem que bots estão restritos à batalhas de ranques I a V para o benefício de jogadores novatos. O passe de batalha concede pontos bônus por performance para ranques IV ou superior, mas, para algumas das missões diárias (normalmente eliminar um número de oponentes), eu recorria a um tanque de tier III onde a chance de encontrar bots era maior, abrindo mão dos bônus para ao menos garantir os pontos diários.
 
Como o jogo está disponível há bastante tempo (desde 2010), é natural que o número de jogadores atualmente seja baixo, mesmo que a comunidade oficial no Discord seja exponencialmente maior do que a de Tomb Raider, por exemplo. Além disso, é um jogo gratuito, o que certamente o torna acessível à virtualmente qualquer pessoa com interesse e acesso a um computador.

O tanque de Lara Croft é de ranque VIII, tentei por cerca de vinte minutos mas não consegui encontrar uma partida para registrá-lo em jogo. Ainda não desisti completamente, pois as falas da personagem, interpretadas mais uma vez por Keeley Hawes, incluem referências à diversos jogos da série e, também, a uma icônica frase do primeiro filme. Os fãs podem continuar chorando e esperneando, mas esse tipo de conteúdo só existe graças a crossovers como esse.

 
Eu precisei deixar Tomb Raider Pinball de lado para garantir que conseguiria completar esse passe a tempo, mas continuei com meus mergulhos rotineiros na ilha de Fortnite para criar galerias de screenshots próprias para o blog e, também, minhas incursões diárias nas infindáveis aventuras do Level Editor. Sendo um fracasso ambulante em todos os aspectos da vida real, noto que meu autoconceito está em constante decadência com esse meu envolvimento doentio com a franquia: quem estou tentando impressionar, afinal? O que estou tentando provar? Quem se importa? Quando eu partir, de que terá valido?
 
Perguntas que, talvez, seja melhor jamais confirmar as respostas, visando manter um resquício mínimo de saúde mental que, por algum motivo injustificado, ainda não desistiu dessa existência.